Culexdeve modificar combate

Gestores internacionais, nacionais, estaduais e municipais aguardam a confirmação sobre a presença do zika em muriçocas (Culex) selvagens coletadas na RMR e que são alvos de uma pesquisa da Fiocruz Pernambuco. Os resultados preliminares da análise identificaram o inseto naturalmente contaminado nas ruas, como a Folha de Pernambuco antecipou, reacenderam a possibilidade de esse vetor também ter contribuído para a epidemia de zika, principalmente em áreas vulneráveis e sem saneamento básico, co- mo o Recife, que tem só 32% saneados. No Estado são cerca de 20%. Ontem, em seminário promovido pela Secretária Estadual de Saúde (SES), especialistas estiveram reunidos para discutir a medidas de vigilância e respostas às arboviroses. Para todos, a expectativa da confirmação do Culex representará uma mudança nas estratégias de enfrentamento. “As ações de controle do vetor são complemente diferentes. O que a gente faz para controlar o Aedes aegypti como o larvicida, por exemplo, não serve para o Culex.

São outras ações. O saneamento básico será indispensável. Mas para repensar esse controle só a partir das informações da Fiocruz”, avaliou a secretária executiva de Vigilância em Saúde da SES, Luciana Albuquerque. O Recife, que já travou uma batalha contra a muriçoca em décadas passadas no combate à filariose, deve começar outra jornada. Desta vez para conter a possível transmissão do zika. “Se for confirmado, vamos desencadear as ações de controle adequadas. Temos sentado com alguns órgãos como Compesa e Secretaria de Infraestrutura, em função do Aedes, para discutir melhorias das condições ambientais e sanitárias. Agora, essa conversa deve ser estreitada”,disse a secretária executiva de Vigilância à Saúde do Recife, Cristiane Penaforte.

Outro desafio pela frente é conhecer a infestação de muriçocas nas cidades, que não têm uma vigilância tão presente como a do Aedes. “Não fazemos essa aferição de infestação por não existir uma política nacional para isso. Acredito que uma vez divulgada essa possibilidade de transmissão, teremos que fazer”, comentou o gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida. O diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis do MS, Eduardo Hage, preferiu ser comedido sobre a condição da muriçoca como possível vetor do zika. “Caso seja confirmado, será um passo na questão de elucidar outros potenciais transmissores dessas doenças virais”, afirmou. Hage acrescentou que, muitas vezes, são detectados vírus de outras doenças em mosquitos, mas eles não são bons transmissores. Eles não têm capacidade vetorial suficiente. “Identificar que o vírus existe dentro do inseto e pode se reproduzir ali é um passo importante. Mas há outras etapas a serem vencidas para que venha a ter importância epidemiológica.” Vacina Os Estados Unidos anunciaram ontem os primeiros testes da vacina contra o zika em humanos. Quarenta pessoas vão receber a imunização.

Fonte: Folha de Pernambuco

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