Teste detectará vírus da zika em 20minutos

SALVADOR (Folhapress) – O teste sorológico que confirma o diagnóstico do vírus da zika em até 20 minutos foi aprovado ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já pode ser produzido e comercializado. Pioneiro, o primeiro teste rápido para detecção do zika foi desenvolvido pela Bahia farma, fundação ligada à Secretaria de Saúde da Bahia, e pela empresa coreana Genbody Inc. ao longo dos últimos dez meses. O novo teste promete solucionar um dos principais gargalos para o mapeamento e controle epidemiológico do zika: a dificuldade de um diagnóstico preciso da doença de forma rápida e barata. Até então, o diagnóstico da infecção pelo zika vírus tem sido feito pela técnica laboratorial PCR, com a detecção da presença do próprio vírus na circulação sanguínea. Esse procedimento pode durar semanas e que custa dez vezes mais que o teste rápido. Além disso, identifica a presença do zika apenas na fase inicial da doença. Já o teste sorológico rápido não identifica o vírus em si, mas a presença de seus anticorpos, permitindo o diagnóstico em qualquer fase da doença. “É uma ferramenta de diagnóstico muito mais eficiente, pois consegue identificar a doença a partir do sexto dia, que é quando as pessoas costumam procurar o posto de saúde”, disse à reportagem o presidente da Bahia farma, Ronaldo Dias. Comercialização No teste, é verificado se a amostra de soro do paciente reage ao anticorpo IgM, identificando infecções com até duas semanas, e ao anticorpo IgG, que identifica se o paciente foi infectado há mais tempo. Com a autorização concedida pela Anvisa, a Bahia farma negocia a comercialização dos testes com o Ministério da Saúde. A expectativa é que haja uma demanda inicial de 500mil testes por mês. O último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em 17 de maio, aponta 120.161 prováveis casos de vírus da zika registrados neste ano no País. Destes, 39.993 foram confirmados A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e que tem como característica a presença de manchas avermelhadas na pele, está associada a casos de microcefalia em bebês e da síndrome Guillain-Barré, transtorno que pode causar paralisia dos membros e até a morte.

Vírus causa distúrbios nos olhos dos bebês

SÃO PAULO (ABr) – Um estudo feito com 40 crianças nascidas em Pernambuco, cujas mães foram infectadas pelo zika, comprovou que há relação entre a infecção pelo vírus e distúrbios graves nos olhos do bebê. A pesquisa, coordenada pelos médicos Rubens Belfort Júnior e Maurício  Maia, coma participação de cientistas da Fundação Altino Ventura, do Recife,mostrou que das 40 crianças analisadas e que tinham microcefalia, quase metade (46%do total) apresentou distúrbio ou lesão no fundo do olho. Desse total, 68% apresentavam distúrbio nos dois olhos. Em entrevista à Agência Brasil, o oftalmologista Maurício Maia, professor do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), disse que quanto maior o quadro de microcefalia, maior a probabilidade de a criança desenvolver um problema no fundo do olho. “Quanto mais precoce é a infecção da mãe, no primeiro trimestre principalmente, e quanto mais microcefálico é o bebê, ou seja, menor é a cabeça, maiores são as chances dessas crianças de ter o fundo do olho também com a doença”, disse Maia. “É preocupante quando a mãe adquire a infecção em qualquer nível da gestação, mas é muito mais preocupante quando ela ocorre no primeiro trimestre”, ressaltou. O estudo, segundo Maia, mostra a necessidade de que os bebês de mães que contraíram o vírus Zika durante a gravidez sejam acompanhados por um oftalmologista precocemente. “Se a mãe, durante a gravidez, tem sinais ou sintomas de vermelhidão na pele, dores articulares ou febre que dura cinco dias, ela pode ter sido infectada pelo Zika, principalmente se ela estiver em áreas endêmicas. As crianças que são nascidas de mães que tiveram sintomas compatíveis com o vírus precisam passar por uma avaliação oftalmológica porque se tiverem essas lesões e forem estimuladas precocemente, elas [crianças] poderão enxergar alguma coisa”, disse Maia.

Fonte: Folha de Pernambuco

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