O destino dos pneus é desafio dos municípios

Cada vez mais, a relação entre a falta de saneamento básico e a proliferação do mosquito Aedes aegypti fica evidente. Sem água nas torneiras, a população é obrigada a armazenar o recurso, aumentando as chances de vida para o transmissor da dengue, zika e chikungunya. Sistema de esgoto desorganizado também permite o acúmulo de água nas ruas. Por esses motivos, os olhos da Secretaria Estadual de Saúde (SES) estão voltados para a questão. A pasta quer que os municípios pernambucanos se estruturem e pensem em estratégias integradas de saneamento e saúde para serem incluídas no plano de contingência de combate ao mosquito do ano que vem. O tema foi debatido ontem, no último dia do Seminário Estadual de Vigilância e Resposta às Arboviroses e suas Complicações.

O evento foi promovido pela SES, em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, em um hotel em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A coordenadora do Programa de Controle de Arboviroses da SES, Claudenice Pontes, afirmou que o estado poderá elaborar um modelo de plano de contingência para que os municípios possam se basear. O documento deverá incluir saneamento e tratamento de resíduos sólidos. “Essa problemática faz ter a presença do vetor, então está mais do que no momento de colocar nas nossas ações. Não adianta usar só larvicida porque não vamos avançar”, enfatizou Claudenice.

No período de 3 de janeiro a 11 de junho, Pernambuco notificou 80.711 casos de dengue (17.791 confirmados), 35.538 de chikungunya (8.144 confirmados) e 10.319 de zika (23 confirmações). E quando se fala de arboviroses, o lixo é uma das grandes preocupações da pasta. De acordo com Claudenice Pontes, das 13 empresas que recolhem resíduos sólidos em Pernambuco, apenas uma trabalha com pneus, que abandonados possibilitam a geração de criadouros do mosquito.
A SES está intermediando o diálogo entre essa empresa e as outras 12 concessionárias com o objetivo de tornar todas capazes de trabalhar com pneus por meio de parcerias, para que em todas as cidades o material seja coletado. O projeto está em fase de negociação e deverá ser implantado até o final do ano.

“A ideia é estipular um ecoponto comum aos municípios onde serão depositados os pneus velhos. A partir disso, a empresa que já consegue dar destinação final ao material recolhe-os e leva para a reciclagem. É mais fácil fazer dessa forma porque não precisará que cada município monte uma estrutura para reciclar o produto.” A única concessionária que recolhe e recicla pneus no estado dispõe de espaços em Alagoas e Bahia, onde o material é reutilizado. Atualmente, a empresa atua em Pernambuco somente na cidade de Salgueiro, Sertão, de onde o+btém entre 24 e 48 toneladas de pneus por mês.

Fonte: Diario de Pernambuco

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