BRASÍLIA – A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe cesáreas a pedido da gestante antes da 39ª semana de gestação já tem uma exceção. Mulheres que entrarem em trabalho de parto antes do prazo estipulado pelo CFM podem optar pela cirurgia, de acordo com nota publicada ontem pela diretoria da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
A entidade, que participou das discussões sobre a resolução, afirma que o médico que aceitar fazer o procedimento antes de 39 semanas não corre risco de praticar infração ética, desde que a mulher esteja em trabalho de parto. O CFM informou que a avaliação está correta, porque não estaria caracterizado o agendamento.
A resolução do CFM deve ser publicada no Diário Oficial de hoje e é uma resposta às iniciativas do Ministério da Saúde para tentar reduzir o que ficou conhecido como “epidemia de cesáreas” no Brasil. O País detém um dos maiores índices desse procedimento no mundo. Em hospitais particulares, são 80% dos nascimentos.
A resolução do CFM libera o agendamento da cesárea após a 39ª semana, medida mais flexível do que as diretrizes publicadas pelo Ministério da Saúde. O governo recomenda que a cesárea a pedido da gestante só seja realizada quando houver sinais do trabalho de parto. Com isso, haveria garantias de que o bebê não seria prematuro.
O presidente do CFM, Carlos Vital admitiu a divergência com a recomendação do governo. “Com 39 semanas, o bebê já está pronto para nascer. Se a mulher não quer passar pelas dores do parto, é um direito.”
Fonte: Jornal do Commercio
