Uma entrevista da conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Teresa Duere, à Rádio Jornal ontem acirrou os ânimos dentro do governo estadual. Teresa voltou a questionar os recursos repassados às Organizações Sociais de Saúde (OSS) e Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) de Saúde e de outras áreas e às gerências regionais de Educação e cobrou mais transparência do PSB, que chegou ao Executivo estadual em 2007 com Eduardo Campos. “A situação é preocupante e tem que se rever esse modelo de Estado que não deu certo”, disse um dia após o tribunal anunciar que as OSS e Oscips serão alvo de auditorias especiais.
Logo após a entrevista de Teresa, o secretário estadual de Administração, Milton Coelho, entrou no ar e rebateu as declarações da conselheira. “O governo Eduardo resolveu implantar um novo modelo de Saúde a partir da rede instituída a partir de 2007 com a construção de três novos hospitais na Região Metropolitana, 24 UPAs e do Hospital Regional do Agreste. A gestão desses hospitais foi entregue, mediante licitação, a três instituições de reputação incontestável. Ou alguém vai contestar a Santa Casa de Misericórdia, a Fundação Maria Lucinda e o Imip? Pernambuco procurou entidades respeitáveis. O governo está absolutamente tranquilo”, falou.
Teresa já havia feito questionamentos sobre as ações na área de Saúde, mas ao falar na Rádio Jornal enfatizou a área educacional. “Em 2014, o Estado repassou R$ 43 milhões para as gerências regionais de Educação e elas simplesmente não prestaram contas de R$ 24 milhões. Vai ficar por isso mesmo? Não gastou esse dinheiro? Gastou? O que aconteceu?”, questionou. A secretaria de Educação informou que levantará e enviará as informações a que Teresa se referiu e que está à disposição para prestar esclarecimentos.
A conselheira disse que é preciso um pente fino nas transferências de recursos feitas pelo Estado. “Na hora em que somei o que se paga às OSS de Saúde, o que é pago às OSS que não são de saúde e as subvenções sociais que foram dadas de uma forma absurda em 2014, dá quase R$ 1,2 bilhão. É preciso saber onde foi gasto e como foi gasto”, argumentou.
Milton Coelho enfatizou que o governo acertou ao entregar a gestão de algumas unidades de saúde às OSS. “Durante a apuração (das auditorias) será demonstrado que o custo de operação desses hospitais, além de eficiente, está compatível ou até mais baixo que o custo da rede pública antiga. Acho temerário ficar se levantando suspeitas a respeito de contratos pelo qual a população recebe serviços importantes de saúde. Temos que ter cuidado quando lidamos com a reputação alheia”, disse.
Fonte: Jornal do Commercio



