Exames restritos a doentes mais graves

As mudanças no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco vão além do acesso referenciado que começou a vigorar ontem na emergência. O superintendente do complexo hospitalar da Universidade de Pernambuco (do qual faz parte o Procape), médico João Veiga, explica que exames de média complexidade, como ecocardiograma (ultrassom do coração) e teste ergométrico (de esteira) serão restritos a pacientes internados ou que precisam de acompanhamento mais complexo. “Os demais devem realizar esses exames na rede municipal, que recebe recursos do SUS para isso”, enfatizou.

Segundo Veiga, principalmente os municípios do Grande Recife, como a capital, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Ipojuca têm de redimensionar sua rede. “Não pode o Procape continuar fazendo exames básicos de pessoas de Ipojuca, município com recursos”, exemplificou. Veiga defende atendimento descentralizado de cardiologia, inclusive no interior.

Ele não soube adiantar, ontem, o impacto preciso da mudança no acesso. Um levantamento feito na emergência anterior à medida mostrou que 40% das pessoas admitidas precisaram ser medicadas e só metade dessas tinha problemas cardíacos.

Para desafogar a superlotação da emergência, o hospital vai ainda transferir doentes a enfermarias de clínica médica e pneumologia do Oswaldo Cruz, outra unidade da UPE. Também estão sendo solicitados ao Hospital Tricentenário, em Olinda, leitos para pacientes crônicos. “O Pelópidas, o Agamenon Magalhães e o Dom Helder também estão lotados”, respondeu, quando questionado se haveria como transferir doentes do Procape para outros hospitais estaduais com serviço de cardiologia. A expectativa do superintendente é que as UPAs de Especialidades, a serem implantadas no Estado, reduzam a demanda para o Procape. “Elas vão oferecer exames e consultas nessa área”, explica. João Veiga argumenta que a meta é ampliar a produção do hospital. No serviço de hemodinâmica pretende-se chegar por ano a cinco mil cateterismos. “Vamos pactuar com os médicos”, citou. A liberação de concurso público está sendo esperada para o final de abril e a ideia é aumentar o número de internações.

Fonte: Jornal do Commercio

 

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