Desde que recebeu o credenciamento do Ministério da Saúde, em 2014, para realização de procedimentos relativos ao processo transexualizador do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) já realizou 14 cirurgias de transgenitalização (mudança de sexo) e duas mastectomias. Além disso, 250 pacientes, entre homens e mulheres, estão hoje em acompanhamento no Espaço de Cuidado e Acolhimento Trans do HC, que oferece um atendimento especializado a esse público por meio de profissionais da psicologia, ginecologia, endocrinologia, cirurgia plástica, mastologia, fonoaudiologia e otorrinolaringologia entre outros.
“Cerca de 80% da população atendida têm interesse nos processos cirúrgicos, o que inclui não apenas a transgenitalização, mas também a mastectomia, a histerectomia e a colocação de prótese mamária”, diz a psicóloga Suzana Livadias, coordenadora do espaço. Ela acrescenta que as pessoas interessadas no atendimento podem ser encaminhadas por unidades de saúde ou contatar diretamente o setor para agendar um atendimento. “A partir do primeiro contato, podemos montar uma proposta terapêutica singular para cada pessoa.”
Ainda este ano, a Farmácia de Pernambuco (programa de medicamentos excepcionais da Secretaria Estadual de Saúde) disponibilizará hormônios para as pessoas transexuais transgenitalizadas. Até 2017, a expectativa é beneficiar cerca de 50 mulheres que passaram pelo processo de redesignação sexual no HC. Após a cirurgia, o hospital acompanha a mulher por um ano. Depois disso, a Farmácia de Pernambuco dispensará os hormônios para os serviços de referência.
Fonte: Jornal do Commercio
