A queda de beneficiários de planos vem trazendo dois principais impactos para o sistema de saúde brasileiro. Por um lado, mais pessoas passam a ser dependentes da rede pública, o Sistema Único de Saúde (SUS), já sobrecarregada pela alta demanda e recursos insuficientes. Por outro, clínicas particulares com preços mais acessíveis, de olho nos órfãos dos convênios, abrem cada vez mais unidades e diversificam a oferta de procedimentos.
“O plano de saúde é sensível a emprego e renda”, diz Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Para o especialista, o que mais preocupa é que, enquanto a demanda cresce, o investimento no sistema público cai. “Este seria o momento de o SUS receber mais recursos para estar preparado para atender mais pessoas”, opina.
A dificuldade de acesso a especialistas na rede pública já é sentida por quem perdeu o plano de saúde.
Na rede dr.Consulta, de São Paulo, o número de especialistas e procedimentos oferecidos cresce mês a mês, assim como o de unidades. Em cinco anos de existência, já são 12 centros médicos inaugurados e mais de 40 especialidades disponíveis. Dependendo do valor, o custo dos tratamentos pode ser parcelado em até dez vezes sem juros.
“O número de atendimentos cresce 15% mensalmente e, no último mês, aumentou 30%”, diz Marcos Fumio, vice-presidente da área médica do dr.Consulta. A empresa pretende chegar a 30 centros médicos até o fim do ano.
Para Scheffer, as clínicas particulares podem resolver problemas mais simples, mas os casos mais complexos continuarão a ser direcionados para o sistema público.
Fonte: Jornal do Commercio