Durante uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na noite de ontem (10), os médicos oncologistas do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) decidiram suspender novas triagens de pacientes oncológicos a partir de 23 de setembro, devido à falta de adequação no quantitativo de atendimentos, conforme a Resolução CREMEPE nº 01/2005. A categoria aponta que o hospital não tem condições de absorver a crescente demanda com o atual quadro de profissionais, o que se agrava diante da defasagem de reajustes nos últimos 10 anos, um problema reconhecido pelo HCP.
A mobilização dos médicos, liderada pelo Simepe, reforça a necessidade urgente de discutir uma política pública eficaz para o atendimento oncológico com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e o Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe). “Os médicos têm sido sobrecarregados por anos, sem que as condições de trabalho sejam adequadas. A falta de planejamento afeta diretamente a qualidade do atendimento aos pacientes oncológicos,” destaca Carol Tabosa, vice-presidente do Simepe. Ela ainda ressaltou que o movimento é pela dignidade profissional e pela vida dos pacientes.
O Sindhospe assumiu o compromisso de abrir uma mesa de negociação para tratar dos reajustes e condições de trabalho. Entretanto, os médicos permanecem firmes em sua cobrança por soluções concretas. “É fundamental que tanto o Sindhospe quanto a SES mostrem ações rápidas e efetivas para solucionar as demandas enfrentadas no equipamento de saúde que atende a 50% da demanda oncológica do Estado”, reforçou Carol.
O movimento seguirá em estado de assembleia até que as demandas sejam atendidas. Uma nova AGE está marcada para o dia 23 de setembro, no auditório da AMPE, onde serão avaliados os próximos passos e o avanço das negociações.