A direção do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) visitou, nesta quarta-feira (29/07), a Policlínica e Maternidade Professor Barros Lima, em Casa Amarela, para apurar as queixas do corpo clínico sobre a estrutura que está sendo reformada na unidade e com intuito de ser inaugurada em breve. Uma das preocupações dos profissionais diz respeito ao estar médico. Como o Estado está em “Plano de Convivência” com a COVID-19, o espaço é muito pequeno, oferecendo riscos de contágio do novo coronavírus por aglomeração dos médicos neste ambiente.
A presidente do Simepe, Claudia Beatriz, e o secretário geral, Tadeu Calheiros, vistoriaram as obras da unidade e constataram que o espaço destinado ao descanso dos profissionais é minúsculo e conta com pouco mais de 10 metros quadrados, onde abrigam três beliches, totalizando dormitório para seis pessoas. Isso vai de encontro à Nota Técnica GVIMS / GGTES / ANVISA Nº 07/2020 (complementar à nota técnica GVIMS / GGTES / ANVISA Nº 04/2020), que fornece orientações para a prevenção da transmissão de Covid-19 dentro dos serviços de saúde.
Ao longo do documento, para a prevenção de vias de contágio entre trabalhadores da saúde, está disposto: “Verificar e adequar áreas de convívio de profissionais com relação à garantia do distanciamento social, higiene de mãos, limpeza e ventilação do ambiente”. Na atual estrutura, esse distanciamento é inviável.
No quesito higiene, é necessário destacar que o banheiro construído no local não tem a menor condição de atender as pessoas, dado ao minúsculo tamanho. Para se ter uma ideia do espaço, o local destinado para o banho tem por volta de apenas 60 cm x 80 cm, impossibilitando o profissional de se higienizar da forma correta. Observe na imagem a seguir:
A situação foi exposta à direção da unidade na ocasião. O Simepe não vai admitir esse descaso com a categoria e acredita que é bastante preocupante uma obra que não leva em consideração o respeito ao profissional, ainda mais em tempos de pandemia. A entidade vai em busca da correção do problema o quanto antes, ainda neste momento de construção, até mesmo para evitar custos ainda maiores ao erário público.
Para isso, o Simepe vai encaminhar ofício ao Conselho Regional de Medicina (Cremepe), solicitando fiscalização no local e reunião com o secretário de saúde o quanto antes. O Sindicato também dará ciência da denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE); ao Ministério Público do Trabalho no Estado (MPT-PE); e Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) para a adoção de medidas cabíveis.
